ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE PAULO DE FARIA
Conheça Paulo de Faria, e apaixone-se
ÁREA: 436.76 hectares
BACIA HIDROGRÁFICA: TG - Turvo Grande (SP8)
Trata-se de unidade de conservação de proteção integral situada no município de Paulo de Faria, Estado de São Paulo, com área de 436,76 hectares, que foi criada “com a finalidade de assegurar a integridade dos ecossistemas ali existentes e de proteger sua flora e fauna, bem como sua utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos” (Artigo 1º do Decreto nº 17.724, de 23 de setembro de 1981)
Segundo a Fundação Florestal, “A Estação ecológica de Paulo de Faria foi a primeira do gênero no Estado de São Paulo, criada pelo decreto estadual n° 17.724 de 23 de setembro de 1981. Originou-se da desapropriação pela Companhia Energética de São Paulo (CESP), em março de 1979, para oferecer refúgio á fauna e flora da região e o reassentamento de animais oriundos das áreas utilizadas para a formação do Reservatório Hidrelétrico de Água Vermelha.
A criação foi instituída em função de ser um dos poucos remanescentes da floresta estacional semidecídua, localizada na bacia Hidrográfica do Turvo/Grande, e de seu grande valor cultural e científico, sendo de inestimável contribuição para a realização de pesquisas básicas e aplicadas do meio ambiente e ao desenvolvimento da educação conservacionista, bem como para a preservação do ecossistema representativo da região”.
FAUNA
Na elaboração do Plano de Manejo da ESEC Paulo de Faria foram geradas duas tabelas com base em registros históricos e levantamentos faunísticos, uma para mamíferos e outra para aves cuja presença tenha sido registrada na área. Essas tabelas contém os nomes científicos e o grau de ameaça sofrida por cada uma das espécies. As listagens abaixo, porém, apresentam apenas os nomes populares das espécies. Para obtenção de maiores detalhes, deve-se consultar o Encarte 3 do Plano de Manejo (link no rodapé).
MASTOFAUNA: Bugio, macaco prego, sagüi, mico-estrela, cotia, paca, capivara, tatu-galinha, tatu-peba, tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, gambá, veado, cateto, gato-mourisco, jaguatirica, onça parda ou suçuarana, lobo-guará, cachorro-do-mato, guaxinim, quati, tapeti, ouriço-caixeiro e preá.
AVIFAUNA: Paturi ou irerê, curiango, quero-quero, garça-branca-grande, garça-branca-pequena, urubu-de-cabeça-preta, urubu-rei, pomba-galega, rolinha-caldo-de-feijão, fogo-apagou, juriti-gemedeira, margosinha ou avoante, martim-pescador-verde, anu-preto, anu-branco, alma-de-gato, gavião-preto ou can-can, gavião caboclo, carrapateiro, mutum, seriema, caneleirinho-de-chapéu-preto, subideira ou arapaçu, choró-boi, tovacuçu-malhado, joão-de-barro, cochicho, petrim, gralha-picaça, pula-pula-amarelo, mariquita, tico-tico-do-campo, canário-do-campo, coleirinha, tiziu, tico-tico, andorinha-pequena-de-casa, andorinha-do-campo, andorinha-serradora, andorinha-do-rio, xexéu, guaxe, pássaro-preto, chopim, polícia-inglesa, arrebita-rabo, caminheiro-zumbidor, balança-rabo-branco, figuinha-de-rabo-castanho, gaturamo-fifi, saíra-de-chapéu-preto, sanhaço-cinza, tesourinha, bem-te-vi-rajado, bem-te-vi-do-brejo, bem-te-vi, maria-assobiadeira, suiriri, guaracava-de-barriga-amarela, guaracava-cinzenta, ferreirinho-relógio, maria-branca, noivinha-branca ou pombinha-das-almas, sabiá-laranjeira, sabiá-poca, pitiguari, pica-pau-do-campo, pica-pau-de-banda-branca, araçari, tucano, arara-canindé, arara-azul, arara-vermelha, periquito-rei, periquito-de-asa-branca, tuim, maritaca, ema, coruja, caboré e jaó.
História
Segundo o Plano de Manejo da ESEC Paulo de Faria (Encarte 3), ‴Em 23 de setembro de 1981, foi criada a primeira Estação Ecológica do Estado de São Paulo, denominada Estação Ecológica de Paulo de Faria, pelo Decreto Estadual nº 17.724, com base na Lei nº 6.902 de 27 de abril de 1981, que dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental e dá outras providências, a qual foi regulamentada pelo Decreto nº 99.274 de 06 de junho de 1990. Sua criação foi a resposta imediata do Estado de São Paulo, diante da diversificação do então sonhado Sistema Nacional de Unidades de Conservação, com esta nova categoria de Unidade de Conservação.
Nos anos de 1970 e 1980, a Companhia Energética de São Paulo - CESP, com tradição na construção de reservatórios hidrelétricos, conscientizava-se cada vez mais com os impactos ambientais acarretados por tais empreendimentos e uma de suas preocupações era com os animais residentes nas áreas a serem inundadas. Em 1978, a CESP iniciou a construção do Reservatório de Água Vermelha, sobre a Cachoeira dos Índios, no rio Grande, divisa com o Estado de Minas Gerais, no município de Oroeste, a aproximadamente 86km da área onde viria a ser a Estação Ecológica (CESP, 1978). Para a translocação dos inúmeros animais a serem salvos da inundação, a própria Companhia selecionou a área que pertencia a José Portugal Pinto, sendo a escritura passada em 21 de dezembro de 1978. A desapropriação ocorreu em 07 de março de 1979, sendo, a partir de então, denominada pela CESP de “Canteiro Ecológico”, nome este que persistiu por muito tempo entre a população local.
Em março de 1979, foi realizado um levantamento da fauna e flora da Estação Ecológica pelo Engenheiro Florestal Júlio L. Geraissate, contabilizando 52 espécies arbóreas, 16 espécies de mamíferos e 38 de aves. Em agosto do mesmo ano, a Prefeitura Municipal de Paulo de Faria solicitou a implantação de um Parque Ecológico, o que corroborou para o estabelecimento de uma Unidade de Conservação no município (Processo S.A. nº58.918/83). A área em questão foi transferida da CESP para o Instituto Florestal, como parte do ressarcimento pela inundação que afetou o Parque Estadual do Morro do Diabo, no oeste do Estado, durante a formação do Reservatório Hidrelétrico de Rosana, no rio Paranapanema. Na criação da Estação Ecológica, em 23 de setembro de 1981, foi fundamental o parecer elaborado em 02 de junho de 1981, pelos técnicos do Instituto Florestal, Walter Emmerich, Marco Antonio Pupio Marcondes e José Eduardo de Arruda Bertoni (Emmerich et al., 1981). Estes técnicos vislumbraram a eficácia da categoria de manejo “Estação Ecológica” para a proteção de áreas naturais no Estado, instituída pela Lei nº 6.902 de abril de 1981, que teve origem na Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, do Ministério do Interior, e propuseram o enquadramento de Paulo de Faria nesta categoria.
Em agosto de 1983, o então Prefeito Municipal de Paulo de Faria, Enis Fonseca, apresentou um plano à Secretaria da Agricultura, na qual o Instituto Florestal na época estava subordinado, pleiteando o desmatamento e aproveitamento de 98 alqueires da Estação para o assentamento de 50 famílias, sob a argumentação de criação de empregos e de que a área estaria abandonada (Folha de São Paulo, 13/08/1983). O Instituto Florestal conseguiu reverter o pretendido, graças à pronta intervenção da Instituição que enviou os técnicos Osmar Correia de Negreiros (Diretor da Divisão de Reservas e Parques) e José Eduardo de Arruda Bertoni, em agosto do mesmo ano, que estabeleceram os primeiros contatos na região. Neste sentido, foi muito importante o apoio da Sociedade Regional de Ecologia de São José do Rio Preto, notadamente com a participação da professora Maria Elizabete Caballero do IBILCE – Instituto de Biologia, Letras e Ciências Exatas da UNESP – São José do Rio Preto, do Diretor da Divisão Regional Agrícola (CATI), Lourival Pires Fraga e os órgãos de imprensa regional, que reforçaram a importância da Unidade (Processo S.A. nº 58.918/83).
Segundo a professora Maria Elizabete Caballero, o Canteiro Ecológico de Paulo de Faria manteria uma vegetação a qual demandaria de pelo menos duas décadas para ser estudada integralmente. Por isto, ela considerou a área como um verdadeiro laboratório permanente e frisou que “somente podemos ter algum tipo de manejo do sistema depois de conhecê-lo” (Diário da Região, 1983).
Posteriormente, a própria Prefeitura Municipal se sensibilizou com a importância da Estação e da necessidade de conservação, tendo inclusive colaborado na sua implantação. Na ocasião, o Prefeito Municipal, habilidoso, alegou que a intenção da proposta de lotear a área protegida visava voltar a atenção das autoridades responsáveis para a efetiva conservação e implantação da Estação.‴
Saiba mais sobre esse assunto lendo o “Histórico da Estação Ecológica de Paulo de Faria”, no Encarte 3 do Plano de Manejo, cujo link encontra-se no campo “Referências” desta página.
Infra-estrutura
A ESEC Paulo de Faria possui centro de visitantes, hospedaria, refeitório, auditório e trilhas, sendo essa visitação restrita a pesquisas e a ações de Educação Ambiental.
Acomodações
O QUE É UMA ESTAÇÃO ECOLÓGICA
É uma área geográfica delimitada em função de sua relevância ambiental, tendo como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas cientificas.
Nessa categoria, a visitação é permitida apenas quando o objetivo é educacional.
Alunos em visita à Estação Ecológica
QUAIS OS BENEFÍCIOS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA PARA A POPULAÇÃO LOCAL
A Estação Ecológica fornece condições para o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental e Pesquisa, proporcionando a manutenção de recursos medicinais, ornamentais, genéticos, valores estéticos/éticos, espirituais, culturais e históricos, bem como proteção dos solos, das espécies raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção, além de contribuição para a estabilidade do clima, ou seja, preserva os recursos naturais para as gerações atuais e futuras.
Alunos em visita à Estação Ecológica
A Estação Ecológica de Paulo de Faria foi a primeira do gênero no estado de São Paulo, criada em 1981.Originou-se da desapropriação pela companhia Energética de São Paulo(CESP), em março de 1979, para oferecer refúgio à fauna e à flora da região e o reassentamento de animais oriundos das áreas utilizadas para a formação do Reservatório Hidrelétrico de Água Vermelha. A criação foi instituída em função de ser um dos poucos remanescentes da floresta estacional semidecídua, localizada na bacia Hidrográfica do Turvo/Grande, e de seu grande valor cultural e científico, sendo de inestimável contribuição para a realização de pesquisas básicas e aplicadas ao meio ambiente e ao desenvolvimento da educação conservacionista, bem como para a preservação do ecossistema representativo da região.
VEGETAÇÃO
A vegetação da Estação Ecológica de Paulo de Faria é classificada como Floresta Estacional Semidecídua (As folhas caem durante todo o ano, mas não totalmente), sendo constituída por aproximadamente 170 espécies arbóreas e arbustívas distribuídas em 42 famílias, sendo que as espécies mais abundantemente encontradas são ipê branco, aroeira, angico, jequitibá-branco, ingá, cedro-do-brejo e espeteiro.
https://www.projetopiracanjuba.org.br/galerias/categoria/%C3%81rvores/7/
FAUNA
São encontradas várias espécies, algumas em perigo, vulneráveis ou ameaçadas de extinção, tais como – bugio, tamanduá-bandeira, jaguatirica, tamanduá-mirim, lobo-guará, cateto, cotia, paca, gato-mourisco, guaximim, macaco-prego, sagui, mico-estrela, capivara, tatu-galinha, onça parda – além de uma rica avifauna composta de garças, gaviões, andorinhas, tovuaçu-malandro, balança-rabo-branco, ema, ara-vermelha, arara-caninde, arara-azul entre outros.
Animais
https://www.projetopiracanjuba.org.br/galerias/categoria/Animais/3/
Aves
https://www.projetopiracanjuba.org.br/galerias/categoria/Aves/4/
Peixes
https://www.projetopiracanjuba.org.br/galerias/categoria/Peixes/9/
Répiteis e animais peçonhentos
Recepção
COMO CHEGAR
O acesso à Unidade, a partir do município de Paulo de Faria, é feito pela rodovia Armando de Salles Oliveira, sentido Riolândia, a 14,5 km da saída da cidade, sinalizado com placa de indicação, seguindo então a direito por aproximadamente 8 km, seguindo a norte por mais 4,5 km.
Ficha Técnica
MUNICÍPIO: Paulo de Faria
ENDEREÇO DE VISITAÇÃO: Rodovia Waldemar Lopes Ferraz (SP-322), km 555
BAIRRO: Baixadão
CEP: 15490-000
DISTÂNCIA DE SÃO PAULO: 590 km
TELEFONE: 17 99738-9495
EMAIL: ec.pfaria@fflorestal.sp.gov.br
Coordenadas Geográficas: 19º55' a 19º58' de latitude S e 49º31' a 49º32' de longitude W a 30 km do centro da cidade, às margens do reservatório formado pela barragem de Água Vermelha, na Bacia Hidrográfica do Turvo/Grande.
Referências
FUNDAÇÃO FLORESTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
Plano de Manejo da ESEC Paulo de Faria
https://www.wikiaves.com.br/wiki/areas:esec_de_paulo_de_faria:inicio